Família catarinense deixa 'quase tudo para trás' e encara 700 km de carro para fugir do furacão Milton
Geral
Publicado em 10/10/2024

Uma família de brasileiros que mora em Tampa, na Flórida, decidiu deixar "quase tudo para trás" e viajou 700 km para fugir do furacão Milton.

O fenômeno deve provocar uma enchente "mortal", segundo a Agência Federal de Gestão de Emergências dos Estados Unidos, com ventos que passam de 200 km/h.

O empresário Sidnei Tomazelli, de Joinville, no Norte de Santa Catarina, saiu de casa na segunda-feira (7) com a esposa, o filho e o cachorro em direção a um hotel na Geórgia.

Por causa do trânsito de pessoas evacuando, a viagem que levaria cerca de seis horas e meia, segundo ele, durou 12 horas.

Ele conta que a família está segura, nesta quarta-feira (9), mas apreensiva "com o que vai acontecer por lá". O furacão deve tocar o solo na Flórida no fim desta noite ou na madrugada de quinta (10) pelo horário de Brasília.

 

"Deixamos van de trabalho, casa, roupas, quase tudo. Só trouxemos duas malas e itens pessoais", conta.

 

As duas únicas malas foram enchidas às pressas quando os trabalhos já tinham sido cancelados (Sidnei tem uma empresa de instalação de pisos) e já faltavam água e produtos de higiene nos mercados, além de gasolina nos postos.

O trajeto até o hotel durou 12 horas, de acordo com o empresário.

 

"O governo liberou todos os pedágios das estradas pra que não houvesse cobrança. A [rodovia] 75 é uma estrada de três vias, mas eles acabaram liberando mais duas vias extras: os dois acostamentos, tanto do lado direito quanto do lado esquerdo".

 

Ordens de evacuação

O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) enfatizou que não era certo onde exatamente o centro de Milton atingiria a terra na noite de quarta-feira, pois o trajeto do furacão poderia "oscilar", mas toda a região de Tampa Bay e pontos ao sul enfrentam grande risco. Ventos de força tropical estavam logo ao largo da costa ao meio-dia, informou o NHC.

Para o empresário de Santa Catarina, o sentimento é de impotência.

 

"Você não tem o que fazer. Você acaba se acostumando com isso porque todos os anos tem, não foi a primeira vez que decidimos sair. Então, você acaba sabendo que é o melhor a se fazer", afirma Sidnei.

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